quarta-feira, 14 de setembro de 2011

As Condições Historicas para o Surgimento da Filosofia Prof Rogerio Freitas

O Pensamento de São Tomás de Aquino (1225-1274)

O Período da Escolástica

Representação de São Tomás de Aquino
Fonte da Imagem: Divulgação Blog Amica Philosophiae

A invasão dos bárbaros, no séc. V, destruiu no Ocidente a civilização romana e iniciou a Idade Média. Os bárbaros, que irromperam de todos os lados, provocaram novas condições políticas e sociais adversas à conservação e ao desenvolvimento da cultura intelectual. Por isso, os quatro primeiros séculos da Idade Média são obscuros, um período de estagnação intelectual em que não houve filosofia propriamente dita, mas houve a preocupação de salvar os restos da cultura que estava sendo arruinada pelas hordas dos visigodos, suevos, ostrogodos, francos e principalmente vândalos.

O grande trabalho dos intelectuais dos primeiros séculos medievais, portanto, não foi criador, mas compilador. E este trabalho se deve principalmente aos monges, que recolheram em seus conventos muitos manuscritos antigos, que encerravam as sabedorias dos séculos anteriores. Aos poucos, porém, os bárbaros, vencedores, acomodaram-se à nova situação política e passaram a aceitar os usos e costumes dos povos vencidos, convertendo-se ainda ao Cristianismo. Com isso houve um ressurgimento da cultura e gradativamente as manifestações científicas e filosóficas apareceram, predominando então a "Escolástica", como principal corrente filosófica.

A Escolástica, como dito acima, são doutrinas teológico-filosóficas dominantes na Idade Média, dos séc. IX ao XVII, caracterizadas sobretudo pelo problema da relação entre a fé e a razão, problema que se resolve pela dependência do pensamento filosófico, representado pela filosofia greco-romana, à teologia cristã. Desenvolveram-se na escolástica inúmeros sistemas que se definem, do ponto de vista estritamente filosófico, pela posição adotada quanto ao problema dos universais e dos quais se destacam os sistemas de Santo Anselmo (anselmiano), de São Tomás (tomismo) e de Guilherme de Occam (occamismo).

Inicia-se um período de florescimento intelectual, no séc. XIII, o século clássico da Idade Média e um dos mais importantes da história da filosofia. A filosofia escolástica cristã, a filosofia árabe e a judaica, mais o aristotelismo passaram a ser as grandes fontes da Escolástica. É um período de esplendor em todas as manifestações humanas: na arquitetura, na pintura, na literatura, nas ciências é o século da introdução da álgebra e dos algarismos arábicos no Ocidente e do emprego da bússola. É também este o período de esplendor da Escolástica. Para isso, três foram os fatores fundamentais: a fundação das Universidades, o estabelecimento das ordens mendicantes dos dominicanos e dos franciscanos e o conhecimento da obra filosófica de Aristóteles.

No início do séc. XIII, surgiu a Universidade de Paris, resultado da reunião das quatro faculdades: de teologia, de artes (filosofia), de direito e de medicina. Pouco depois, mais ou menos modeladas na de Paris, surgem as Universidades de Oxford e Cambridge, na Inglaterra; Bolonha e Pádua, na Itália; Salamanca, na Espanha; Colônia e Heidelberg, na Alemanha, e Coimbra em Portugal. Nessas universidades, grandes centros intelectuais que perduram até hoje, mantinham-se vivas as tradições platônicas e agostinianas e cultivava-se o aristotelismo.

Em princípios do séc. XIII, fundaram-se as duas grandes ordens mendicantes dos franciscanos e dos dominicanos. Após grandes polêmicas com os seculares, conseguem estes padres algumas cátedras na Universidade de Paris e acabam depois dominando o ambiente universitário. Dentre os maiores filósofos franciscanos apareceram: Alexandre de Halles, o primeiro mestre franciscano; São Boaventura, Rogério Bacon, Duns Scoto e Guilherme de Occam. Dentre os dominicanos: São Alberto Magno, São Tomás de Aquino e o mestre Eckehart.

O conhecimento de Aristóteles foi o fator mais importante para o apogeu da Escolástica do séc. XIII. Nos séculos anteriores, a única obra conhecida de Aristóteles era o "Organon". Em princípios do séc. XIII toda a enciclopédia aristotélica foi divulgada. A princípio, passando por traduções imperfeitas, oriundas do árabe ou hebraica, foram proibidas pelas autoridades eclesiásticas em 1215, sendo mais tarde, por volta de 1254, traduzidas diretamente do grego, sendo incorporadas pela Universidade de Paris.

Depois de uma época de decadência (séc. XVIII e primeira metade do séc. XIX) o tomismo renasceu sob a denominação de neotomismo. Objeto de condenações da autoridade eclesiástica, em vida de santo, tornar-se-ia mais tarde, sem excluir totalmente o agostinismo, a filosofia oficial da Igreja, cujo estudo seria recomendado pelo papa Leão XIII.

2 - O Tomismo

O Tomismo - doutrina escolástica de Tomás de Aquino adotada oficialmente pela Igreja Católica - se caracteriza, sobretudo, pela tentativa de conciliar o aristotelismo com o cristianismo, rompendo com todas as doutrinas que não se harmonizavam com os princípios da filosofia aristotélica.

A obra de Tomás de Aquino, dividida em partes, tratados, questões e artigos, objeções e respostas, em rigorosa ordem numérica, reflete, em sua estrutura, a composição do mundo feudal, dividido em classes e em estamentos rigidamente estratificados. Expressão do apogeu do mundo medieval, contemporânea dos castelos e das catedrais, o tomismo é uma catedral de idéias, em que a teologia do séc. XIII encontrou sua mais coerente e sólida formulação. No entanto, não foi geralmente aceito pelos escolásticos medievais; os adeptos de Dun?s Scotus combateram o seu intelectualismo e os nominalistas o realismo. Somente na segunda metade do séc. XVI foi reconhecido como arma de defesa e ataque da Contra-Reforma.

Tomás de Aquino apresentou a solução definitiva do problema das relações entre a razão e a fé. Trata-se de duas ciências: a filosofia e a teologia; a primeira funda-se no exercício da razão humana; a segunda, na revelação divina. São duas ciências independentes, mas que apresentam às vezes o objeto material comum: a existência de Deus, a essência da alma, etc. A distinção entre essas ciências deriva mais do objeto formal, pois a teologia estuda o dogma pelo método da autoridade ou revelação, ao passo que a filosofia o considera por demonstração científica ou pela razão.

Teologia e filosofia não se contradizem, ambas procuram a verdade e esta é uma só. A revelação é critério da verdade. No caso de uma contradição entre a razão e a revelação, o erro não será nunca da teologia, mas deve ser atribuído à filosofia, pois nossas limitações cognoscitivas (1) racionais se extraviaram e não conseguiram chegar à verdade.

A Teodicéia é a especulação filosófica para provar a existência de Deus. Tomás de Aquino sustenta que nada está na inteligência que não tenha estado antes nos sentidos, razão pela qual não podemos ter de Deus, imediatamente, uma idéia clara e distinta. A fim de provar sua existência, Tomás procede a posteriori, partindo não da idéia de Deus, mas dos efeitos por Ele produzidos. Assim, elege o mundo sensível como ponto de partida, cuja existência é dada pelos sentidos e utiliza a metafísica Aristotélica, revelando o seu gênio sintético ao demonstrar a existência de Deus, de cinco modos, que são as famosas cinco vias, que assim se resume:

1a. - A do "Movimento"- É o argumento aristotélico do primeiro motor. ("não é possível admitir uma série infinita de seres que se movem, movendo por sua vez outros seres; logo, é preciso chegar a um motor que mova sem ser movido."). O movimento existe e é uma evidência para os nossos sentidos; ora, tudo o que se move é movido por outro motor; se esse motor, por sua vez, é movido, precisará de um motor que o mova, e, assim, indefinidamente, o que é impossível, se não houver um primeiro motor imóvel, que move sem ser movido, que é Deus.

2a. - A da "Concatenação das Causas"- Tudo está sujeito à lei de causa e efeito. Há, pois, uma série de causas eficientes, causas e efeitos, ao mesmo tempo; ora, não é possível remontar indefinidamente na série das causas; logo, há uma causa primeira, não causada, que é Deus.

3a. - A da "Contingência"- Todos os seres que conhecemos são finitos e contingentes, pois não têm em si próprios a razão de sua existência, são e deixam de ser; ora, se são todos contingentes, em determinado tempo deixariam todos de ser e nada existiria, o que é absurdo; logo, os seres contingentes implicam o ser necessário, ou Deus.

4a. - A dos "Graus de Perfeição"- Todas as perfeições admitem graus, que se aproximam mais ou menos das perfeições absolutas. Deve, pois, haver um ente sumamente perfeito, é o ente supremo - Deus.

5a. - A da "Ordem Universal"- Todos os entes tendem para uma ordem, não por acaso, mas por uma inteligência que os dirige; há, pois, um ente inteligente que ordena a natureza e a impele para o seu fim. Esse ente inteligente é Deus.

Desses conceitos, Tomás de Aquino conclui quanto podemos conhecer sobre a natureza e os atributos de Deus. Observa, porém, que esse conhecimento é imperfeito; sabemos que "Deus é", mas não "O que é". Apesar disso, podemos compreender que Deus é eterno, infinito, onisciente, onipotente e em suas relações com o mundo é Criador e Providência.

A doutrina tomista admite que a alma, princípio espiritual, junta-se ao corpo, princípio material, constituindo um composto substancial. Assim, tem uma alma as plantas, é a "alma vegetativa", com as funções de alimentação e reprodução; nos animais, é a "alma sensitiva", com as funções anteriores, mais a sensação e mobilidade; finalmente, o homem com todas as funções anteriores, mais a racional. No concernente às propriedades da alma humana, admite o livre-arbítrio, que é estudado sob todos os seus aspectos e todos os problemas dele derivados são resolvidos com firmeza e profundidade. Tomás de Aquino considera ainda a inteligência como a faculdade mais perfeita de nossa alma.

Com sua Ética, também harmoniza a doutrina de Aristóteles aos princípios cristãos. Assim, a ética é o "movimento da criatura racional para Deus". Esse movimento visa a uma bem-aventurança, que consiste na contemplação imediata de Deus. Diverge da teoria agostiniana e se harmoniza com a aristotélica no que se refere à teoria do conhecimento. Para Tomás de Aquino, o conhecimento tem dois momentos: o sensitivo e o intelectual. O conhecimento sensitivo do objeto, que está fora de nós, dá-se mediante a sensação. Esta é a impressão do objeto material em nossa consciência. Processa-se pela assimilação das sensações do sujeito cognoscente com o objeto conhecido. O conhecimento intelectual depende do conhecimento sensitivo, mas ultrapassa-o, pela abstração e generalização, formulando os conceitos.

Tomás de Aquino é considerado o maior gênio da Escolástica. Criou um sistema filosófico sintético, coerente, fundamentado em Aristóteles, e reformulou todo o pensamento cristão

Fonte do Texto: Portal do Espírito. Disponível em: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/geae/historia-do-cristianismo-12.html

Antropologia

 Por Rossano Carvalho Nunes

Etimologicamente, o termo Antropologia deriva da junção dos vocábulos gregos anthropos (homem) e logia (estudo/tratado), o que significa “o estudo do homem”.  A Antropologia é o estudo do homem e da humanidade em sua totalidade, abrangendo suas dimensões biológicas, sociais e culturais; incluindo sua origem, seus agrupamentos e relações sociais, comportamento, desenvolvimento social, cultural e físico, suas relações com o meio natural, variações biológicas e sua produção cultural. Ou seja, a antropologia procura estudar a humanidade em todos os seus aspectos.

Desde o momento em que o ser humano começou a desenvolver cultura ele passou a ser um ser essencialmente biológico e cultural, o que para a antropologia é essencial para compreender a humanidade. É impossível compreender o homem de uma maneira totalizante sem ter essa premissa em mente. Conforme os antropólogos Hoebel e Frost (2005, p.78) “desde o tempo das origens primitivas da cultura, todo desenvolvimento humano foi biológico e cultural. Nenhuma tentativa de estudar a humanidade pode ignorar este fato”. O biólogo evolutivo e geneticista russo Theodosius Dobzhansky (1963, p. 1) concorda quando afirma que a evolução humana somente pode ser compreendida quando entendida como uma interação entre os desenvolvimentos culturais e biológicos.

No mundo científico existem muitas outras áreas que possuem como objeto de estudo o homem. Temos a medicina que concentra-se na fisiologia humana sob uma abordagem de mantê-la saudável; a geografia humana estuda a ocupação geográfica-política dos homens; a sociologia que estuda seus agrupamentos sociais; a história estuda o desenvolvimento do homem no tempo; a economia estuda a administração, manutenção e distribuição de bens; entre tantas outras. Mas se é assim, o que caracteriza a antropologia em distinção de outras disciplinas que estudam o homem? Simples, é justamente seu vasto campo de estudo: a antropologia procura compreender o homem não somente em uma determinada especialidade, mas como um todo, de maneira unificada. Como já foi dito anteriormente, a antropologia procura compreender o homem, e todas as suas manifestações, em todas as suas dimensões.
François Lapantine (2007, p. 16) define o enfoque da antropologia como o estudo do homem por inteiro, “em todas as sociedades, sob todas as latitudes em todos os seus estados e em todas as épocas”.
A antropologia parte do pressuposto que o estudo de nenhuma destas especialidades isolada pode nos ser útil para compreender o homem de maneira totalizante. Estudar somente a fisiologia humana (como na medicina) não nos fornece elementos necessários para compreender, por exemplo, a grande diversidade de crenças religiosas que os grupos humanos desenvolveram no decorrer de sua tentativa de compreender o mundo que os cercava. Ao mesmo tempo, procurar compreender a humanidade, sem um estudo aprofundado de todas as suas partes é impossível.
É necessário ter um conhecimento totalizante e dinâmico de tudo o que envolve o homem e a humanidade. A respeito desse pressuposto antropológico, os Antropólogos Hoebel e Frost comentam:

Uma proposição fundamental da Antropologia é que nenhuma parte pode ser entendida plenamente, o mesmo com exatidão, se separa do todo. E, de modo inverso, o todo não pode ser percebido com exatidão sem o conhecimento profundo e especializado da partes. Para compreender qualquer aspecto do comportamento sexual humano, por exemplo, deve examiná-lo em termos de genética, fisiologia, características climáticas, sistema de valores e estruturas técnicas, econômicas, de parentesco, religiosas e políticas de cada sociedade humana. A Antropologia toca em virtualmente todos os campos possíveis do conhecimento, aproveita-se deles e neles se inspira. As habilidades do antropólogo devem ser altamente diversificadas, mas a unidade da disciplina é mantida pela concentração no caráter global do homem e da cultura.

Como pode ser facilmente percebido, o campo de estudo da antropologia é muito vasto. Fixando seu objetivo como o estudo da humanidade e do homem como um todo, em suas dimensões biológicas e culturais, a antropologia esbarra no problema de que sua proposta é muito ampla para ser realizada por um único profissional, nenhum antropólogo consegue dominar, sozinho, todos os campos abrangidos pela disciplina.  

A princípio, a antropologia dividiu-se em duas principais áreas de estudo: a biológica e a cultural, partindo como pressuposto as duas dimensões básicas do ser humano. Sendo assim temos como os principais sub-campos da antropologia a Antropologia Biológica e a Antropologia Cultural. Devido a razões práticas, posteriormente mais duas áreas ganharam destaque o suficiente para ganhar espaço como sub-campos propriamente ditos: a Arqueologia e a Antropologia Lingüística. E ainda ultimamente, temos a Antropologia Aplicada.


ANTROPOLOGIA BIOLÓGICA

Procura compreender o homem como ser biológico, estudando principalmente sua origem, evolução, variações e constituição física. Procura desenvolver um conhecimento antropológico com ênfase nas características físico-biológicas das populações humanas, tanto antigas como modernas, levando em conta também a interação entre biologia e cultura, ou seja, o ser humano como um organismo biológico dotado de capacidade simbólica num contexto sócio-cultural.
 Possui como sub-campos: Paleoantropologia (estudo dos hominídeos antigos, com base em seus fósseis e artefatos), Antropologia forense (a aplicação da antropologia biológica no âmbito legal), Osteologia (estudo dos ossos), Antropologia Nutricional (com base da nutrição humana), Primatologia (estudo dos primatas), Genética das populações humanas, Variação biológica humana, Paleopatologia (patologia dos antigos hominídeos), Bioarqueologia.
  

ANTROPOLOGIA SÓCIO-CULTURAL

A antropologia sócio-cultural estuda as adaptações sócio-culturais dos grupos humanos, tanto contemporâneos quanto extintos, aos diversos estímulos que encontraram no decorrer de sua história. Em outras palavras, a antropologia cultural estuda a diversidade cultural humana, sejam elas contemporâneas ou extintas, procurando compreender o homem enquanto ser cultural e social. O foco está no estudo principalmente de sua produção cultural, agrupamentos e relações sociais, comportamento e desenvolvimento social. Sua ênfase está no estudo antropológico tendo por base os sistemas simbólicos desenvolvidos pelos agrupamentos humanos em suas dinâmicas interações.

Possui como sub-campos: Antropologia da Música e Etnomusicologia, Antropologia das Religiões, Mitologia, Antropologia histórica, Antropologia Lingüística, Etnografia e Etnologia (estudos étnico-culturais), Folclorologia (estudos folclóricos), entre outros estudos do âmbito cultural.

 De todos os sub-campos da antropologia biológica e sócio-cultural, dois se destacaram a ponto de atualmente serem considerados por muitos profissionais como campos propriamente ditos da antropologia: a arqueologia e a lingüística ou antropologia lingüística.



ARQUEOLOGIA

A arqueologia é a investigação das sociedades humanas através do estudo de vestígios materiais por elas deixados (artefatos). Embora a imagem do profissional em arqueologia mais difundida seja a de seu trabalho nas escavações, seu trabalho é muito mais complexo e extenso. Ele necessita interpretar os vestígios materiais que encontrou, contextualizá-los e cruzar informações com uma grande variedade de áreas, utilizando uma abordagem interdisciplinar, de modo que encontre respostas que possa construir  conhecimento a respeito das sociedades que estuda.

Sendo que a arqueologia é imprescindível para investigar os agrupamentos humanos ágrafos (sem escrita), ou qualquer outra sociedade extinta, sua importância para a antropologia é imensa. Através do estudo arqueológico a antropologia pode conseguir informações acerca dessas sociedades, das quais a maioria não podem ser observadas e estudadas através de técnicas etnográficas normais, pelo fato das mesmas não existirem mais, nem deixaram vestígios escritos. Sendo que mesmo muitos vestígios escritos de sociedades extintas que temos hoje para estudo foram descobertos através de escavações arqueológicas, como tábuas de argila com escrita cuneiforme da Mesopotâmia.

Arqueologia pré-histórica: estuda grupos humanos que não possuíam escrita. Estas sociedades são chamadas de ágrafas.

Arqueologia histórica: estuda grupos humanos que possuíam escrita


LINGUÍSTICA

O estudo da Antropologia lingüística tem seu ponto fundamental na busca da compreensão das particularidades da comunicação humana e no estudo das relações de linguagem em suas estruturas, origens e variações/diversidades.
 Além de um aprofundado estudo da linguagem em si, a antropologia lingüística utiliza-se do estudo da mesma como importante ferramenta de análise sócio-cultural de um grupo ou conjunto de grupos humanos e suas interações. Isso porque a linguagem é o elemento de base na transmissão e interação cultural entre os indivíduos, ou seja, é através da linguagem que os indivíduos, ou grupos de indivíduos, conseguem interagir dinamicamente suas experiências, organizá-las e transmiti-las em forma de cultura. Seja através da linguagem oral, escrita ou simbólica.

Ao mesmo tempo em que a antropologia necessitou especializar-se em campos distintos, seu objeto de estudo, o homem e a humanidade, é complexo e impossível de se compreender de uma maneira fragmentada. Como vimos, o homem é um ser biológico e cultural por natureza, portanto é necessário que os campos da antropologia, sejam eles, biológicos, sócio-culturais, arqueológicos ou lingüísticos, articulem entre si como uma disciplina única: a antropologia.

Temos então na investigação antropológica pela busca da compreensão do homem, da humanidade e de suas produções, uma necessidade de movimentação contínua de especialização, reintegração recíproca e interdisciplinaridade entre os campos de estudo antropológicos e suas ciências afins. Especialização enquanto necessidade da ciência antropologia em especializar seus campos de estudo a nível de obter um conhecimento mais profundo nas dimensões culturais e biológicas do homem, reintegração recíproca pela necessidade de unir os conhecimentos desses campos com o objetivo de obter um conhecimento mais completo e totalizante, e interdisciplinaridade quando na constante necessidade de compartilhar conhecimento com ciências afins como história, geografia humana, genética, sociologia geologia, primatologia..

Todo esse movimento faz da antropologia uma ciência dinâmica, que atua nos mais diversos níveis humanos e acadêmicos, transitando nas ciências humanas, sociais, e naturais, mesmo apesar de sua identidade dominante entre as ciências sociais, em que ocupa uma posição central.

É a ciência que mais expressa a busca humana por compreender as eternas questões que permeiam nosso intelecto desde tempos imemoriais sob um ponto de vista totalizante: Quem somos? De onde viemos? Porque somos o que somos? O que há de comum e de distinto entre nós? É a busca humana por responder as questões sobre sua origem e natureza. Através dos estudos antropológicos conhecemos melhor a nós mesmos e aos outros. Estamos em busca da compreensão dos elementos que compõe a própria natureza humana.


Fonte: Site IGPV - Instituto Grupo Veritas de Pesquisa em História e Antropologia. Disponível em: http://www.gpveritas.org/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=54&Itemid=63

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Confira a Página Grandes Temas e Pensadores da Humanidade no Portal Falando de História

Divulgação  Blog Grandes Temas e Pensadores da Humanidade


Ontem, 05 de setembro de 2011, o Portal Falando de História lançou mais uma "Página Especial". 
A seção Páginas Especiais reúne páginas temáticas, assim no início deste ano foram lançadas "Arquivos da Ditadura" e "Escrita da História" do professor José D´Assunção Barros. 

A terceira página temática do Portal FH é voltada não só para a História, mas também para outras áreas como a Sociologia e a Filosofia. Surgiu da ideia de um grupo de professores (incluindo eu é claro) de dar maior subsidio aos seus alunos. Idealizada em julho, desenvolvida em agosto e disponível em setembro. 

Sugestões, dúvidas, colaborações podem ser feitas pelo e-mail: contato@falandodehistoria.com.br para incrementar o espaço.